A Força Expedicionária Brasileira foi colocada no IV Corpo (General Crittenberger) do V Exército (General Clark) do Teatro de Operações do Mediterrâneo (Marechal Alexander). Além da força americana, havia lá o 8º Exército, os Ratos do Deserto, que haviam lutado na África e derrotado Rommel.
A FEB enfrentou várias unidades alemãs e algumas italianas. Algumas explicações são necessárias:
A função principal das divisões Jäger alemãs era lutar em terreno adverso onde unidades menores e coordenadas eram mais capazes do que a força bruta oferecida pelas divisões de infantaria comuns. As Divisões Jäger eram mais pesadamente equipadas do que uma divisão de montanha, mas não tão bem armada quanto uma divisão de infantaria maior. Nos estágios iniciais da guerra, elas eram as divisões preparadas para lutar em terreno difícil e acidentado assim como em áreas urbanas, entre as montanhas e as planícies. Os Jägers (siginica caçadores em alemão) contavam com um alto nível de treinamento, e comunicações levemente superiores, além de determinado apoio de artilharia. Nos estágios intermediários da guerra, como a divisão de infantaria padrão foi diminuída, o modelo Jäger com dois regimentos de infantaria veio a dominar as tabelas de organização. Em 1943, Adolf Hitler declarou que todas as divisões de infantaria agora eram Divisões Grenadier, exceto suas divisões de elite Jäger e Gebirsjäger (Caçadores de montanha).
Fuzileiros/infantaria naval com origens muito antigas, geralmente com laços na artilharia de defesa costeira, recebem várias funções: destacamentos embarcados, defesa costeira, e segurança de instalações navais, além de sua função como força especializada em assalto anfíbio. A guerra anfíbia evoluiu para um tipo de combate especializado muito sofisticado, mas no geral, fuzileiros navais, assim como toda unidade treinada para terrenos específicos, lutam como infantaria leve.
42ª Divisão Jäeger
Podemos traçar suas origens na 187ª Divisão de Infantaria baseada na Áustria até setembro de 1942, quando foi re-designada como 187ª Divisão de Infantaria. A unidade foi mandada para a Croácia e foi renomeada 42ª Divisão Jäeger em 22 de dezembro de 1943. Depois de participar da Operação Margarethe, a ocupação militar da Hungria em março de 1944, retornou à Iugoslávia em maio. Em julho de 1944 para a Itália, onde permaneceu pelo resto da guerra. Participou do contra-ataque do Eixo em Sommocolonia contra o 1º Batalhão do 6º RI. Rendeu-se aos britânicos em abril de 1945. O distintivo da unidade é uma besta em um escudo.
232ª Divisão de Infantaria
Criada em agosto de 1944, foi incorporada ao Exército da Ligúria, na Itália, onde lutou até o fim da guerra. Participou do contra-ataque do Eixo em Sommocolonia ao lado da 42ª Jäeger e a italiana Monterosa. Foi a adversária da FEB na batalha de Monte Castelo. Recebeu vários veteranos da frente russa e era uma espécie de tropa de montanha. Um de seus emblemas é um tridente vermelho.
94ª Divisão de Infantaria
A 94ª Divisão de Infantaria foi formada em setembro de 1939, como parte da 5ª Welle (Onda) de mobilizações, armada com equipamentos tchecos. Participou da Operação Barbarossa, sendo destruída em Stalingrado em 29 de janeiro, com muitos prisioneiros. Reformada em março de 1943 em Lorient, foi mandada para a Itália. Após sofrer pesadas baixas em Cassino, só restando os caminhões e pessoal de apoio, a divisão proveu reforços para a 305ª Divisão de Infantaria. Reduzida a um quadro e elementos de suprimentos, a a divisão foi refeita em agosto de 1944 como parte da 24ª Welle da Divisão Schatten (sombra) Schlesien. Rendeu-se aos americanos ao sul dos Alpes em Abril de 1945. Seu escudo tem duas espadas cruzadas encimadas por um ponto preto, outro tem apenas uma espada com um ponto preto à direita, também tem um emblema de um cacho de uvas e outro de uma vela acesa.
114ª Divisão Jäeger (Ligeira)
Formada em abril de 1943, seguindo a reorganização e re-designação da 714ª Divisão de Infantaria. A 714ª foi formada em maio de 1941, e transferida para a Iugoslávia (Sérvia e Estado independente da Croácia) para conduzir operações anti-partisan e de segurança interna. Foram envolvidos na Operação Delphin, uma operação anti-partisan na Croácia, que durou de 15 de novembro a 1º de dezembro de 1943. O objetivo da missão era destruir os elementos guerrilheiros das ilhas dálmatas ao largo do centro da Dalmácia. Foi uma operação anfíbia que contou com a presença dos comandos brandenburg, mas os guerrilheiros conseguiram evitar contato com os alemães e a operação não obteve sucesso. A divisão foi transferida para a Itália em janeiro de 1945, para reforçar a frente de Anzio. A divisão ainda estava servindo na Itália quando foi destruída em combate em abril de 1945. Foi citada nominalmente no Tribunal de Nuremberg por crimes de guerra. Um dos seus emblemas mostra um soldado de boné montanhês puxando uma mula montanha acima.
29ª Divisão Panzergrenadier (Divisão Falcão)
Inicialmente chamava-se 29ª Divisão de Infantaria. Veterana da invasão da Polônia, a 29ª participou da Operação Barbarossa onde lutou nas batalhas de Minsk, Smolensk, Briansk e perdeu boa parte de seus veículos e teve vários mortos e capturados durante o contra-ataque soviético frente à Moscou. Foi mandada para o Grupo de Exércitos Sul, onde tomou parte na Batalha de Stalingrado, sendo destruída pelo 21º Exército Soviético. Foi reconstruída na França com o nome de 29ª Divisão Panzergrenadier e mandada para a campanha da Sicília; na Itália lutou em Salerno, Anzio, San Pietro e Vale do Rio Pó. Foi destruída em abril de 1945, fazendo parte do LXXVI Panzerkorps, pelo 8º exército Britânico entre o Pó e as montanhas dos Apeninos.
334ª Divisão de Infantaria
Uma nova 334ª Divisão de Infantaria foi refeita em Bordeux, no sul da França, em julho de 1943, depois que a 334ª original se rendeu na Tunísia. Como todos os seus regimentos retirados de Nurnburg, a divisão passou por 3 meses de treinamento intensivo e foi transferida para o Grupo de Exércitos C, na Itália, em novembro de 1943. Resistindo em pesadas ações defensivas, a divisão foi reduzida a Kampfgruppe (força-tarefa de tamanho variável, geralmente valor batalhão) em maio de 1944, mas permaneceu engajada na Linha Gótica continuamente através de setembro de 1944, recebendo o grosso da investida aliada através do Passo de Futa. Lutou posteriormente na estrada Florença-Bolonha como parte do XIV Panzerkorps, recebendo um breve descanso no Adriático em dezembro de 1944. Ainda reduzida, a divisão participou da defesa de Bolonha em Fevereiro de 1945 com uma força efetiva de apenas 2.600 homens. A 334ª Divisão de Infantaria foi finalmente dizimada no final de abril, junto de boa parte do LI Gebirgkorps, na última ofensiva aliada na frente italiana.
90ª Divisão Panzergrenadier
Uma das melhores unidades do Eixo, a 90.leichte-Afrika-Division foi a única divisão alemã a ser formada na África, e foi formada especialmente para a captura de Tobruk. Sua história é longa e interessante, participando de todas as batalhas da campanha do Afrikakorps desde os ataques aos arredores de Tobruk em novembro de 1941 até o último ato na Tunísia em maio de 1943, perdendo milhares de homens, sendo conhecida pelos aliados como uma unidade dura e determinada despertando o interesse da inteligência britânica. Era vista pela 2ª Divisão de Infantaria Neozelandesa como sua arqui-rival, por terem se enfrentado várias vezes. Seu 361º Regimento era formado por ex-legionários alemães que serviram à França antes de 1940. A 288ª Unidade de Infantaria Blindada era originalmente conhecida como 288ª Unidade Especial, ou “Sonderverbande 288”, uma força de comandos treinados em operações noturnas, infiltração e guerra em ambiente desértico e montanhoso. Militares da unidade que não estavam presentes no momento da rendição e homens a ser transferidos para ele foram logo desviados para a Sardenha, onde formaram uma nova divisão, inicialmente chamada Divisions-Komando Sardinien e depois, em julho de 1943, recebeu o nome de 90ª Divisão Panzergrenadier (motorizada), com novo emblema (mapa da Sardenha em branco com uma espada na diagonal em vermelho). Foi movida para a Córsega antes de ser transferida para o norte da Itália. Lutou em Anzio, cercanias de Roma, e nas linhas César e Gótica e no Vale do Rio Pó. Mandada para o sudeste da fronteira franco-italiana, foi destruída ao sul de Bolonha e seus remanescente foram capturados pela Força Expedicionária Brasileira junto do Exército da Ligúria em Collecchio-Fornovo di Taro. Seus homens usavam a “Sardinienschild” no lado esquerdo do peito, um distintivo estilizado da Sardenha com uma espada cruzada.
305ª Divisão de Infantaria
A 305º viu extensa atividade na linha de frente durante a Segunda Guerra Mundial. A divisão foi parte da 13ª onda de mobilizações de outubro a novembro de 1940. Em dezembro do mesmo ano, a divisão estava baseada fora de Ravensburg, Alta Suábia no Bodensee. Unidade de guarnição, fez parte do VII Exército na França, na região da Bretanha. Em fevereiro de 1942, iniciou-se o processo de tranformação de divisão de guarnição para divisão de campo, em março recebeu todo o armamento e em julho já estava na Rússia, incorporado ao 6º Exército. A partir de agosto a divisão entra em combate com forças soviéticas ao redor de Stalingrado e na cidade propriamente dita. A 305ª deveria ser a divisão a guarnecer a cidade de Stalingrado após sua queda, o que não se concretizou. A divisão foi destruída no setor norte da cidade em janeiro de 1943. Pouquíssimos sobreviventes e feridos conseguiram se evadir da cidade. As últimas unidades da 305ª divisão viram ação em 1º de fevereiro de 1943, próximo a fábrica de tratores no setor norte de Stalingrado. Em março do mesmo ano, a divisão foi reformada na Bretanha e de abril até julho em Artois. Quando ficou pronta foi enviada ao norte da Itália em agosto e incorporou no Grupo de Exércitos B em La Spezia, de setembro a outubro de 1943. Servindo posteriormente no Grupo de Exércitos C, 10º Exército, em Pescara, Bolonha, Vale do Pó e Gardasee onde se rendeu aos americanos da 88ª próximo a Trento no final de Abril de 1945. Apelidada de Bodensee Division e Baden-Württembergische Division, seus emblemas têm motivos de água, incluindo um que é uma sereia, por causa do lago de Bodensee.
148º Divisão de Infantaria
A 148ª era uma divisão de reserva, composta por três regimentos de infantaria (281, 285 e 286) e um regimento de artilharia, usada na ocupação do sul da França e lutou na Itália em 1944 e 1945, lutando nas batalhas do Rio Pó. Foi cercada e vencida pela Divisão Expedicionária Brasileira na batalha de Collecchio. Renderam-se junto dos remanescentes da 90ª Panzergrenadier e da Divisão Bersaglieri Itália. Seu comandate Fretter-Pico e Carloni renderam-se na manhã do dia 30, sendo escoltados pelos Generais Falconière da Cunha e Zenóbio da Costa até o QG do 5º Exército em Florença. Possuía emblemas de águias e um de uma cruz sobre um crescente apontando para cima.
Corpo de Pára-quedistas Blindado “Herman Goering”
Nenhuma das duas divisões Herman Goering enfrentou os brasileiros, porém lutaram sim na itália, sendo, posteriormente colocados na frente oriental. A força de pára-quedistas que lutou mais ativamente na Itália foi o 1º Corpo de Pára-quedistas. Com o passar dos anos a qualidade dos pára-quedistas alemães despencou, com a maioria sem nem sequer possuir o treinamento aerotransportado, apenas mantendo o uniforme e o nome, com o característico capacete. Mas as divisões as divisões com números baixos continuaram o padrão de soldados respeitados. As divisões Herman Goering tinham o título de pára-quedistas apenas como um título honorífico, elas eram unidades blindadas de fato. O I Fallschirm-Korps era composto pela 1ª Divisão Pára-quedista, veterana de todas as operações aerotransportadas alemãs da guerra, incluindo Creta e a defesa de Cassino, e a 4ª Divisão Pára-quedista que chegou para lutar em Anzio. As divisões Nembo (184ª) e Folgore (185ª) também faziam parte do 1º Corpo. Os pára-quedistas guarneceram a Linha Gótica durante o inverno de 1944/45, mas não é provável que tenham entrado em contato com os brasileiros. Os pára-quedistas ainda lutaram em Nettuno, Florença, Rimini e Bolonha. Foram obrigados pelo 8º Exército Britânico a realizar um cruzamento forçado do Rio Pó, no que obtiveram sucesso, atingindo os Alpes. A rendição na Itália em 2 de maio de 1945 incluía o 1º Corpo de Pára-quedistas.
As sucessões de derrotas sofridas na África do Norte e a destruição do 8º Exército Italiano na campanha de Stalingrado abalaram severamente o moral italiano. Após a invasão da Sicília, Mussolini é derrubado por conspiração dentro do próprio Partido Fascista. A Itália se divide em uma guerra civil. Os alemães ocupam o norte e centro da Itália, incluindo Roma. É formado as Forças Co-Beligerantes, ao lado dos Aliados, as Forças da República Social Italiana, fascista, se mantendo leal aos alemães, os italianos formaram uma divisão na SS, a 29ª Divisão Waffen SS Grenadier. Além deles, havia vários movimentos guerrilheiros, comunistas ou não, lutando entre si. Os comunistas atacavam não apenas os fascistas, mas todos os anticomunistas. Os fascistas ainda colocaram forças irregulares dos camisas negras para atuarem contra os partigiane. Como sempre, a atuação das forças italianas foi muito variável, mas muitas unidades da RSI surpreenderam as expectativas. Um dos episódios mais marcantes de queda de Mussolini foi o processo de desarmamento das unidades italianas, com o Massacre da Cefalônia. Nesse episódio os caçadores de montanha baseados na Grécia massacraram a Divisão Acqui, que resistiu. Perdendo 1.200 homens em combate contra seus antigos aliados, 4.750 oficiais e soldados italianos capturados foram executados sumariamente pelos alemães. Os oficiais primeiro, inclusive o General Gardin. Os 4 mil sobreviventes foram embarcados para a Alemanha para trabalhos forçados. No caminho o navio bateu em uma mina, matando mais de 3 mil homens. Ao todo, 10.030 oficiais e soldados da guarnição da Cefalônia perderam suas vidas nesses incidentes. Ao todo, mais de 30 mil italianos morreriam em campos alemães.
1ª Divisão Alpina Monterosa
Entre as melhores unidades da RSI, os alpini italianos eram soldados experientes que construíram excelente fama nas batalhas na região do Isonzo, na Primeira Guerra Mundial. Os alpinistas italianos participaram da malfadada expedição à União Soviética. O Batalhão Brescia desta divisão que guarnecia a cota 906, tomada pelo 1º Batalhão do 6º RI. Participaram do contra-ataque em Barga e foram um elemento indispensável na Operação Tempestade de Inverno (Operação Wintergewitter) que destroçou a 92ª Divisão Búfalo.
3ª Divisão de Infantaria Naval “San Marco”
Parcela considerável das tropas de elite italianas decidiu, por questão de honra, não trocar de lado. Entre estes estavam os fuzileiros navais San Marco e os comandos anfíbios da X MAS. Como a maior parte da Reggia Marina desertou, a marinha da RSI era 1/20 da marinha Co-Beligerante. A Divisão Anfíbia “San Marco”, portanto, ficou ao controle do exército da RSI. Participou na Batalha de Sommocolonia e da Operação Wintergewitter.
Divisão Itália
A mais fraca das quatro divisões da RSI (a Divisão Littorio não enfrentou a FEB). Foi colocada no 14º Exército, onde fosse mais improvável que fosse atacada. Em fevereiro de 1945, a 92ª Divisão Búfalo investiu contra a Divisão Itália, no que foram repelidos. Os soldados dessa divisão eram os famosos bersaglieri, infantaria ligeira italiana, grandes ciclistas militares que foram fundamentais na batalha de Vittorio Veneto em 1918 que obrigou Viena a pedir a paz. Incorporados à massa alemã que se retirava em direção aos Alpes Bávaros, foi cercada e capturada pela Força Expedicionária Brasileira em Fornovo, com seu general, Mario Carloni.
Fonte: https://www.portalfeb.com.br